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ARQUITETURA DISRUPTIVA


Bom, podemos e devemos repensar tudo e a todo instante, isso já sabemos! Mas porque em arquitetura, isso parece levar mais tempo? Construções são feitas, em geral, para durarem anos, este sempre foi seu papel. Mas será mesmo que essa máxima ainda vale para estes tempos?

Sou arquiteto, e em meu dia a dia, sou colocado frente a problemas, em geral espaciais, de como resolver da melhor maneira questões que envolvem técnica construtiva, design, circulação, iluminação, conforto, desempenho...etc...e etc.

Mas porque me vejo preso a aceitar alguns parametros como verdadeiros? Ok, o tempo muitas vezes nos mostra que esta ou aquela solução se comprovou mais eficaz, e por isso a aceitação de padrões comprovados. Claro que resultados comprovados, tem seu valor, sei disso, mas nao questiona-los, nao esta no roll de soluções dos arquitetos.

No tocante a arquitetura residencial, ou seja, a boa e velha “maquina de morar” que o mestre Le Corbusier , soube tão bem discutir e fazer, em geral continuamos a projeta-la, considerando verdadeiras algumas premissas:

1 – Temos mesmo que morar em abrigos, naturais ou construidos?

2 – Temos que fixar nossa moradia em algum lugar?

3 – O que de fato hoje em dia, necessitamos ter neste local de habitação?

Vamos la:

A aplicação da inteligência artificial para a arquitetura é o design generativo. O design generativo vai transformar a forma como criamos o espaço para abrigar qualquer função.

Porque ainda continuamos a fixar nossas habitações em algum terreno? Porque nao temos um casulo que podemos carregar conosco? Ok...ok..nada de novo nesta ideia, eu sei.

Povos nomades fazem isso à milenios. Mesmo o grupo de arquitetos ingleses Archigram , já tinha se aprofundado no tema: Defendiam uma abordagem high tech, com infra estrutura leve, explorando o universo das estruturas infláveis, computadorizadas, ambientes descartáveis, cápsulas espaciais e imagens de consumo de massas. Seu trabalho apresentava uma visão sedutora de um futuro da era da máquina, de uma sociedade orientada para o consumo, altamente informatizada, nômade.

Para eles não era a utilização da tecnologia que era importante, mas a vivência daquele mundo modificado pelas novas relações de produção e consumo.

Levanto outra questão hoje em dia! Mesmo porque o grupo archigram, levantou estas questões em 1960, e entendo que muito se passou, temos possibilidades concretas em tecnologia e o consumo deixou , e deixará cada vez mais, de ser parâmetro de desejo ou felicidade, seja lá o que isso signifique.

3 – Preciamos de que?

Garagem? Não, nem carro temos ou teremos!

Cozinha? Não, serviços de alimentação se consolidam e perderemos o hábito de prepara-los!

Lavanderia? Muito menos, este serviço é oferecido à anos, e com o tempo tecnologia embarcada nos tecidos,vão tornar realidade termos 1 única vestimenta.

Calma, aos amantes de se diferenciarem, através da vestimenta, a tecnologia, tornará possível transformar , design, cor etc, ao seu desejo, ou se não os tiver, a tecnologia escolherá tudo isso para voce, analisando seu estado de animo, e se autoajustará para melhorar seu humor/estado de espirito.

Ah.... me esqueci dos que pensaram em lavar suas roupas, a nanotecnologia tb vai superar isso, acredite!

Portanto, menos um ambiente, para carregarmos em nosso casulo!

Bom, com isso, eliminamos não só a lavanderia, como tambem o closet, ou os armários para armazenar nossas roupas.

Já nao temos: COZINHA, LAVANDERIA, CLOSET...esta sobrando pouco agora!

Áreas de convivencia? Ainda temos esse habito??? Sim , vão dizer os humanos da minha geração! Mas esta reflexão, vale cada vez menos para nós. A geração MILENIUM, quer mesmo, um espaço em sua casa, para chamar os amigos para se confraternizarem? Ou será que preferem usar algum espaço publico, compartilhado?

Ouso dizer que sim, vejamos o que esta geração já vivencia: meios de descolamentos, sejam carros , bicicletas, patinetes, ja ja os drones, tudo isso compartilhado! Sim , carros não fazem parte da lista de desejos desta geração, por que diabos, lavanderia ou uma sala de estar seria?

Banheiro?

Ok, muita gente vai torcer o nariz, em pensar em abrir mão desta conquista! Mas, pode ser que tomar banho como hoje conhecemos, fique no passado, em função nao só da não necessidade do banho em sí, como tambem pela restrição do uso da água.

Então, quem sabe , poderemos ter um banheiro, , onde não exista mais o local para tomar banho, entao reduzimos mais um pouco nosso casulo.

Dormitório?

Ok, ainda dormimos, descansamos, mas o quarto não pode ser repensado? Os objetos e ou mobiliário que temos em nossa volta no quarto, devem mesmo ser o que são? Vejamos, em geral temos em nossos quartos, cama.... algum lugar para apoiar nossos livros... telefone, mas se já nao temos mais roupas, lemos em tablets, a iluminação é inteligente, e a cama.....bom..a cama tambem pode ser repensada. Ela tem que ser mesmo este objeto de uso unico (deitar-se), porque, pra sentar é inadequado, comer idem..... ela não podia agregar várias funções?

Reduzimos nossa máquina de morar ao local que dormimos, seja lá até quando faremos isso!

Ok, nossa cama pode ser uma capsula, que costumamos ver nos filmes de ficção, quem sabe ela atenda a várias funções, se molde, se transforme, segundo nossas necessidades e tal.

Bom, agora este casulo já bem menor, ficou bem mais fácil , carrega-la por ai! Se fixar em algum lugar, parece não fazer mais sentido. Clicar esse casulo, em torres que oferecem serviços, me atrai.

A torre é fixa, mas não meu casulo.

Sim, posso chamar um serviço que me leve voando a qualquer outra torre, quando a que me fixei não me atender mais. Nem a capsula voadora eu quero, já que o serviço de navegação, tambem serão compartilhados.

Chamou......chegou.....acoplou......levou!...simples assim....

Dirão alguns... mas quem mora em um trailer, faz isso à muito tempo! Sim, ele estaciona seu trailer, ou motor home, em um espaço adequado para isso, vive lá por quanto tempo quiser...e parte, quando tem vontade.

Acho mesmo que esta maneira de se morar, dominará o novo modo de se viver, mas “trailers, que podem ser deslocados via aérea por uma rede de drones prestadoras deste serviço, levando-me até uma torre que tenha os serviços que mais me convier.

Desejo viajar? Ok, posso levar minha casa, Alias, viajo dentro dela,e acoplo em torres espalhadas pelo mundo.

Vamos mudar radicalmente nossa maneira de encarar moradia, assim como ja achamos natural sair para trabalhar, não em nosso escritório, mas sim em um ambiente co-working. Chego neste ambiente, escolho uma mesa, conecto meu notebook ao wifi, e voilà!!!.... começo a trabalhar.

Quero mesmo ter “meu” escritório? Não, vou a um co-working, onde tem pessoas, idéas, estação de serviços, (impressoras, ploters, bebida, comida...café..... ahh..o café!....) Me vejo abrindo mão de tantas coisas..e venho falar em café????.... ao que parece, cada geração carrega costumes que só o tempo acaba banindo!

Neste mundo que constantemente renasce....de que mesmo eu preciso de verdade?

Pouco...muito pouco.

Preciso de pessoas, ao meu redor, de novas ideias, de serviços...de coisas imateriais.

Se fossemos chamados para projetar uma estação espacial, o que de fato deveríamos considerar necessário para as pessoas que lá fossem ficar? Lavanderia? Garagem? Cozinha? Academia? Saúna? Local para tomar banho?....nao..acho que nada disso é importante, neste novo ambiente. Acho que vamos repensar nossas casas, mesmo antes de habitarmos novos planetas.

Posso dizer que é possível. Moro à 10 anos em um flat de 30m2, que por acaso esta preso a uma torre de serviços, onde tem academia, restaurante, lavanderia , área de convivência, co-working...etc.

Para meus deslocamentos tenho uma scooter, e todos os serviços disponiveis hoje de transportes e sou adpeto e usuário de carro compartilhado . Minha scooter tem seus dias contados, porque será prontamente trocada , quando aqui onde moro..... oferecer este serviço de compartilhamento! Já que meu casulo ainda é fixo nesta torre de serviços onde moro, tenho que me adaptar ao que o entorno oferece!

Sonho? Utopia?.... acho mesmo que é questão de tempo.......

Se mudarmos nossa máquina de morar, nosso meio de locomoção, mudamos com isso radicalmente as cidades.

Urbanismo disruptivo? Sim! ....mas isso fica para uma outra reflexão.

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